O Brasil é campeão mundial no índice de ansiedade. A pesquisa Depression and other commom mental disorders, realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017, mostrou que 9,3% da população brasileira manifesta essa disfunção – que engloba diversas outras, como fobias, estresse pós-traumático, ataques de pânicos e transtornos obsessivos compulsivos.
Segundo o relatório, uma possível explicação seria o envelhecimento da sociedade, pois “a população está aumentando e mais gente está vivendo até a idade em que depressão e ansiedade são mais comuns”. Ou seja, é um mal que tem atingido cada vez mais pessoas e, não por acaso, tem sido apontado por muitos especialistas como o grande mal do nosso século.
Apesar disso, a psiquiatra Miriam Elza Gorender reforça a importância do correto diagnóstico para realizar o tratamento. “A ansiedade, até certo nível, é algo normal da natureza humana. Mas quando ela começa a paralisar a pessoa, precisa ser analisada. Porém, a ansiedade é um sintoma para outros transtornos, e não a doença em si”, diz em entrevista para o jornal A Tarde.
Sintomas da ansiedade
Pequenos momentos de ansiedade são comuns e fazem bem para os seres humanos, mas o problema reside em quando os sentimentos são exacerbados e causam sofrimento excessivo ou prejuízo para o desempenho da pessoa. Os principais sintomas são os seguintes:
- Transpiração excessiva, sufocamentos ou calafrios.
- Enjoo e vertigens.
- Náuseas e mal-estar estomacal.
- Sensação de asfixia e tremores.
- Dor e palpitações no peito.
- Formigamento ou adormecimento.
- Sensação de perda de controle e de estar ficando louco.
- Medo, em especial, da morte.
Mas apesar dos sintomas serem os apresentados acima, não é indicado que se faça o autodiagnostico de ansiedade, como muitas vezes ocorre nas redes sociais. É preciso consultar um especialista para que ele descubra qual é seu tipo de ansiedade – se é crônica ou sé está dentro da normalidade. Com isso, hoje só é possível identificar e tratar a ansiedade se ela for previamente diagnosticada por um profissional.
Exercícios para combater a ansiedade
É difícil controlar os gatilhos que levam ao início de um ataque de ansiedade, mas há formas de amenizar os sintomas. O mais importante é perceber que você está em meio a um ataque e identificar os principais motivos. Depois, é preciso se concentrar para sair daquela situação, seja com métodos respiratórios ou de exercícios físicos.
“A inspiração está mais conectada com o lado ativo do sistema nervoso autônomo, chamado simpático, enquanto a expiração está mais conectada com o lado calmante do sistema nervoso autônomo chamado parassimpático”, explica Marcos Rojo Rodrigues, PhD em Ciência do Yoga (Índia) e professor do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista para o Minha Vida. Por isso, controlar a respiração e buscar o movimento que melhor acalma a sua ansiedade é algo fundamental durante um ataque.
Os exercícios físicos também podem ser excelentes formas de controlar essa desordem. Em um estudo feito por pesquisadores da Southern Methodist University in Dallas e da University of Vermont in Burlington, nos Estados Unidos, os voluntários foram induzidos a uma série de sensações corporais – como náuseas, taquicardia, tontura e falta de ar, sintomas clássicos da ansiedade. Nesse contexto, os indivíduos que praticavam exercícios regularmente tiveram uma reatividade menor de ansiedade em comparação com os demais.
“Ao final de uma atividade física, há o alívio do estresse e uma sensação de cansaço que faz, naturalmente, o corpo precisar de descanso e recuperação. Essa sensação reduz consideravelmente o sentimento da ansiedade. Isso sem deixar de ressaltar que o exercício físico estimula a produção de endorfina, hormônio ligado à sensação de bem-estar”, destaca o coach e educador físico Cristiano Parente, em matéria da Gazeta Esportiva.
Quais atividades praticar?
Para Cristiano Parente, as atividades físicas são tão eficazes no controle da ansiedade porque exigem uma concentração da pessoa ao executar os movimentos. Isso tira a mente e a emoção do indivíduo da rotina e dos gatilhos que geram a desordem. Para que seja efetivo, porém, é preciso encontrar uma atividade física em que você se sinta estimulado a realizar.
Corridas de rua, na esteira ou em áreas verdes podem ser ótimas opções. Elas são opções fáceis de praticar e que aumentam a produção de serotonina e endorfina – e contribuem para diminuir os níveis de depressão e ansiedade.
Outras opções muito eficientes para o relaxamento e o equilíbrio da mente e do corpo, são também oferecidas pelo Círculo Militar como, por exemplo, o treinamento funcional, a ginástica, a hidroginástica, o pilates e o yoga. São atividades específicas e com ações muito bem controladas para desenvolver e aprimorar a concentração, a flexibilidade, os movimentos e a respiração, ajudando a diminuir e aliviar o estresse do dia a dia, os sintomas e os níveis de ansiedade.
Os esportes coletivos e as diferentes modalidades de lutas também podem ser ótimas possibilidades, pois levam o corpo a um limite e promovem uma integração gradual entre as pessoas envolvidas. O Círculo Militar possui ótimas aulas nesse sentido, então venha nos fazer uma visita.
Acompanhamento constante
Apesar de todas essas dicas contribuírem para amenizar os sintomas, não são soluções definitivas para o problema. Se você deseja encontrar a causa para os ataques de ansiedade, procure um especialista – psicólogo ou psiquiatra. Só ele poderá dar o diagnóstico correto e orientar sobre qual será o melhor tratamento a ser realizado.